Fim-de-semana fenomenal

Bom! Parece que a escrita começa a tornar-se regular... Semanalmente cá vai aparecendo um postezito!

Ora, mais uma sexta-feira que passou e mais um dia em que não fui à aula de Checo. É sempre agradável faltar às 3 primeiras aulas... Também já me mentalizei que vou sair daqui a falar menos de checo do que de alemão (coisa que não é fácil)! É que isto é perfeitamente incompreensível. Às vezes soa tipo coreano ou tailandês =)

Tive entrega do meu primeiro mini-teste e por incrível que pareça tirei 18!!! Por outro lado tive hoje, terça-feira, a minha primeira aula de uma disciplina dada por consulta, isto é, tenho uma reunião com o professor e ele explica-me a matéria. O pior é que não é um, mas são dois. Ali os dois a puxarem por mim e ainda por cima cospem-se todos a falar e cheiram a sovaco. Vai ser bonito, vai...

Mas o melhor foi o fim-de-semana fenomenal... Pela primeira vez cruzámos as fronteiras da república em direcção a Cracóvia. Comboio da noite e chegada na sexta-feira de manhã. Embora não tivesse sido a primeira vez que lá fui, pude confirmar a ideia que tinha da existência de belas amostras da espécie Homo Sapiens Sapiens fêmea. É, sem dúvida, a melhor cidade que já conheci no que toca a esse aspecto tão importante.

Ficámos num hostel muito porreiro, exactamente na praça central e por um preço bestial. Tentámos apanhar o autocarro para Auschwitz mas não demos com o dito cujo. "Fica para amanhã" dizia um dos outros dois bacalhaus...

A noite de sexta-feira também ficará na memória: parece que o Saleiro está em Erasmus na Ucrânia. Só não sei se é em Kiev ou Chernobyl... Pelo que me chegou aos ouvidos também acho que passou a dedicar-se à arte de assustar os, ou as, transeuntes! Vá-se lá saber como, em que estado e porquê... Ainda a noite era uma criança e já estávamos a inchar que nem porcos! 27€ de multa para mim e para o Jorge. Só para nós porque o Saleiro estava ao telefone e pôs-se ao fresco - e fez ele muito bem. (Quero fazer aqui um apelo ao Saleiro: "Se me estás a ouvir, quero agradecer a decisão que tomaste em dividir a quantia total da referida coima pelos três." Sim, porque quando se trata com gente meiga e civilizada, é outra coisa...) Mas deixando de palhaçada, o valor pago deveu-se à lei polaca que proíbe o consumo de álcool na via pública. Dizem eles que é public offense... Que bacalhaus!

No outro dia, diziam uns, que íamos a Auschwitz... É porque fomos! A acordar quase de noite... Deu-se as voltas pela cidade que um verdadeiro turista não dispensa e ao final do dia repetiu-se a festa do dia anterior. Foi então que uma voz se levantou e disse: "Vou por o despertador para amanhã ir-mos a Auschwitz."

Mais uma vez chegámos ao hostel de manhã e mais um dia (último) que não acordámos para ir a Auschwitz (compreendo que o caro leitor esteja farto de ler esta palavra, mas prometo ser a última vez).

Voltas finais e ao fim do dia comboio para "casa". Desta vez o comboio ia mais cheio e por isso não deu para ir tão à vontade. O pior é que umas horas depois de chegarmos ia ter aula. E com tudo isto conclui que é uma pena não haver Erasmus da FEUP em Cracóvia. Se houvesse e se soubesse o que sei hoje nem pensava uma vez e meia...

IMAGENS - de cima para baixo:

• Brasão de Cracóvia
• Forte onde organizam festas medievais
• Cara de tonos no claustro do castelo
• Aqui sim, tono mais tono não há; quarto do hostel
• Os dois bacalhaus num dos vários jardins que por lá existem
• A apanhar sol na tromba e ao fundo o castelo
• Praça central com uma das catedrais (há duas)

E aqui fica este vídeo filmado no comboio a caminho de Cracóvia. Temos potencial!

O frio a sério já começou

E cá estamos outra vez para mais uma crónica acerca destas andanças... Na passada 6ª feira completámos um mês em Praga.

O frio a sério já começou. O termómetro não ultrapassa os 5ºC, mantendo-se normalmente entre 1 e 3... Aliás, no outro dia nevou durante cerca de 10 minutos. Eu não vi mas foi o que me disseram!

Na semana passado fomos ver um concerto de música clássica com uma pequena orquestra composta por cerca de dez músicos. O concerto era organizado pela faculdade de mecânica por isso foi de grátis. Na entrada estava o presidente da faculdade de plantão a dar um bacalhau a todos os que entrevam. Curioso...

O Saleiro roubou uma cadeira do dormitória para se poder jogar PES com toda a tranquilidade. Até aqui um de nós tinha que jogar de pé ou sentado no caixote do lixo.
Por incrível que parece, já o vi a estudar. Não sei se será um estudo muito católica mas pelo menos alivia a consciência. Quanto ao Jorge, parece que já lhe está a dar a sério... Trabalhos para trás, exercícios para a frente. Até já queria comprometer a nossa ida a Cracóvia, problema que ficou desde logo resolvido! Ai que bacalhau...

Quanto a mim, também tive que pegar nos livros já que hoje tive o primeiro mini-teste a Economia. Um bocado subjectivo... Vamos ver que tal, mas também não estou muito preocupado.

Este fim-de-semana ficámos por Praga. Aproveitou-se para conhecer mais alguns ambientes nocturnos de maneiras que durante o dia não se fez nada... Os javalis (denominação atribuida a outro grupo de portugueses que por aqui pastam) foram a Bratislava. Dizem que valeu mesmo a pena. Também já temos viagem marcada para lá. Vamos ver como vai ser...
E parece-me que é tudo. Nada mais há a acrescentar.

IMAGENS - de cima para baixo:

• parque Petrin perto da residência
• memorial à resistência na 2ª Guerra Mundial
• Praça Karlov
• a beber o néctar dos deuses
• apanhados na lavandaria

Capital da Morávia

Depois de mais uma semana (por aqui o tempo passa num instante) cá vai mais um relato.

A semana passada houve uma espécie de festival musical aqui na nossa residência: Strahov Open Air O2. Com um palco tipo queima e com vários grupos. Estava mesmo muita gente. Só foi pena ter acabado cedo, como é normal por aqui. Às 11h da noite já nao havia concertos.

Como previsto o fim-de-semana foi passado em Brno, segunda cidade checa e capital da Morávia. Para lá chegar foi um bico-de-obra... Fomos por estradas secundárias. Uma viagem que supostamente demoraria 3h no máximo, demorou mais de 5h. Ainda por cima de noite, ou seja, não deu para ver nada.

Ficámos numa residência de estudantes que quase parecia um hotel... Tomara eu que fosse como a minha residência aqui em Praga.

Mal chagámos, para grande azar, estavam uns portugas a fazer um basqueiro tenebroso. Não eram alunos de erasmus mas estudavam medicina numa universidade internacional. Aqui na República Checa existem pelo menos três (Praga, Brno e Pilzn) e estão a tornar-se muito populares entre os portugueses. É compreensível...

Demos uns passeios valentes e ficámos a conhecer alguma coisa do centro histórico. Também visitámos um museu técnico bastante engraçado. Fomos a uma taberna medieval fabulosa com decoração e louça da época e os empregados vestidos a rigor.

Acho que foi a altura até agora que apanhei mais frio. Não sei quanto, mas estava mesmo muito frio. Na volta não cometemos o mesmo erro e viémos pela auto-estrada. Nunca andei numa auto-estrada tão má. Praticamente não tem alcatrão e composta por uma espécie de blocos de betão que tornam a viagem muito incómoda já que se sente o carro a tremer quando passa pelas juntas dos blocos. Pelo que parece é a auto-estrada mais antiga da República Checa, a que tem mais trânsito e a mais perigosa. Dizem que não fazem obras porque enquanto elas decorrem o trânsito, que já é péssimo, ficaria ainda pior. Uma desculpa um bocado estúpida. Já me vou habituando a ouvir este tipo de justificações por aqui. E ainda se fala de Portugal. Selvagens, pah!

Paguei a primeira renda completa da residência. Quando paguei nem me apercebi bem do valor mas quando fiz o câmbio percebi porque é que as condições aqui são o que são. Paguei 70€ (por mês). Pode-se dizer que se consegue gastar muito pouco dinheiro por estas bandas. Isto se não se passear nem se der a alguns luxos de vez em quando. Pelas minhas contas aqui gasta-se, de uma maneira geral, cerca de 70% do que se gastaria em Portugal.

As aulas vão correndo devagarinho e sem muito esforço. Aliás, algumas ainda nem começaram! E chamam eles a isto um semestre... Por mim até podia ser mais curto!

E acho que é tudo aquilo que a censura permite escrever... =)

E por falar em censura, apesar de não ver o gato fedorento, vou-me actualizando pelo youtube. Por isso não resisti em por aqui estes sketchs maravilhosos:

IMAGENS - de cima para baixo:

• Strahov Open Air ainda a meio gás
• Praça em Brno
• Outra praça com o cimo das torres da catedral ao fundo
• Ambiente na taberna medieval
• Dupont e Dupond (taberna medieval)
• O verdadeiro urinol (taberna medieval)
• Ainda dentro da taberna...
• As nossas guias
• Relógio no museu técnico

Meio rural

As aulas começaram a semana passada! Apesar disso só esta semana é que a coisa se inicia verdadeiramente! Vou ter metade das cadeiras em inglês e outra metade em checo. Vai ser engraçado já que não preciso de ir às aulas em checo (não adiantava nada). Basta ir falar com os professores uma vez por semana e eles dão-me algum trabalho para fazer... No resto das aulas é só espanhois e russos. São uma verdadeira praga! E o pior é que metade deles quase não fala inglês.

No fim-de-semana passado fomos para fora da cidade, mais precisamente para uma vila no norte do país chamada Krupka. Já deu para ter uma ideia do que é o meio rural. Terras pequenas com casas pitorescas... Muito espaço para passear ao ar livre. Grandes caminhadas e passeio no maior teleférico da Europa central (vá-se lá saber o que é que eles entendem por Europa central...) com quase 2,5 km de cabo! A vila fica muito perto da fronteira alemã. Aliás, ao longe consegue-se ver território alemão.
Ah, outra curiosidade acerca dessa zona é a existência de uma estrada, a chamada E55, que faz lembrar as ruas de Amesterdão. É uma autêntica rua de Amesterdão só que em vez de ser no meio de uma cidade, é numa estrada tipo estrada nacional. Pelo que me disseram o negócio prospera graças aos clientes alemães que aqui vêm gozar da companhia checa e gastar uns euros valentes!

Outro acontecimento que merece relevo foi o facto de, no sábado, termos comido peixe pela primeira vez desde que aqui estamos. É claro que era peixe congelado mas até nem soube muito mal...
A cozinha daqui é muito diferente da nossa. É mais picante, com muitos molhos e existem vários pratos em que o acompanhamente, em vez de ser arroz ou batatas, são fatias de pão... Que saudades de uma bela posta de vaca ou um leitãozinho. Uma carne de porco à alentejana ou uma feijoadazita. Uma francesinha ou um peixinho fresco acabado de grelhar com batatas cozidas e molho de manteiga...

A residência encheu de repente graças aos checos que vêm de fora de Praga para estudar cá! As casas de banho começam a ficar lotadas, a cantina já tem horas de ponta e já nem se arranja espaço para lavar e secar a roupa. Mas mesmo assim, acho que não mudava agora para um apartamento. Já me habituei e para além disso o preço fala muito alto!

No próximo fim-de-semana devemos ir a Brno, a segunda cidade da Rep. Checa. Vamos ver se é tão boa como a segunda cidade de Portugal. =)

IMAGENS - de cima para baixo:

• teleférico
• vista geral de Krupka
• bad boys
  
• o bom, o mau e o vilão (da esq. para a dir.)
  
• emplastro já em Praga
  
• dancing building com um murcão à frente
  

Os primeiros tempos

Felizmente não tenho tido muito tempo para navegar na net e por isso só agora estou a actualizar o blog! Pode-se dizer que é um resumo sucinto dos primeiros tempos.

A viajem correu bem! A chegada também não fosse o pequeno problema da falta da mala do Saleiro que não chegou...

Foram-nos buscar ao aeroporto quatro nativos: dois mais duas! Os dois rapidamente desapareceram depois de nos termos acomodado mas as outras duas tornaram-se nas nossas madrinhas: a Pavla e a Katarine. Já tiveram as duas em Erasmus no Porto e a licenciatura da Katarine é lingua portuguesa! Foi uma ajuda enorme para tratar das papeladas.

Logo para aquecer, no primeiro dia, foram umas litradas de cerveja tradicional checa! Tem mais sabor mas é mais fraca e com menos gás, por isso escorrega melhor. Nos dias seguintes conhecemos bastante gente. Todos os dias caras novas. Passeámos pela cidade e visitámos vários monumentos. A mãe da Pavla é polícia e por isso entrámos à borla em todo o lado.

Vê-se muita gente de Erasmus. São cerca de 500 só na minha universidade! Vêm de todo o lado mas a grande maioria são espanhois... E mesmo portugueses são mais do que eu pensava ou esperava...

A residência onde estamos alojados chama-se Strahov. É uma espécie de bairro social com vários blocos a cair ligeiramente de podres! Mas mesmo assim é porreiro. O ambiente compensa e uma pessoa habitua-se.

Agora que se aproxima o começo das aulas as coisas acalmam um bocada mas espero que dentro de alguns dias, quando a situação estiver estabilizada, a coisa volte ao normal ;)

IMAGENS - de cima para baixo:

• corredor do meu bloco (aka prisão)
• o meu quarto
• vista do castelo com a Ponte Carlos à direita
• tupý turista
• à espera na fila para entrar nalgum monumento
• ice hockey Sparta vs Slavia