19 dezembro 2007

Vou a Portugal

E ao cumprir três meses da chegada a Praga recebi a boa notícia que só ainda (já) passou um terço da ramboia... Isto porque inicialmente seria suposto ficar só um semestre, mas como não estou a gostar nada de cá estar decidi fazer um sacrifício e prolongar a estadia para um ano.

Cumpri o meu quinto fim-de-semana em Praga. Tendo em conta todos os que cá passei (contei treze), os praguenses representam 38% do total. Mas afinal o Erasmus era em Praga? Já não sei nada... Só sei é que chegou a 5ª-feira e entrámos no chamado estado-queima-das-fitas. Não foi nada fácil! Está um frio do carai: -5 ºC.

Esta última semana foi muito esquisita. Aquela coisa de saber que finalmente vou a Portugal, mas ao mesmo tempo ter a impressão que mal chegue lá começo a sentir a falta dos calabouços de Strahov & companhia... Já muita malta regressou a casa e os que ainda não foram estão com a pica toda para ir. Ainda não percebi se me apetece mesmo ir ou não mas de qualquer forma acho que me vai fazer bem regressar à civilização nem que seja por dez dias! Até em termos físicos a coisa não correu pelo melhor: um tralho dos valentes deu direito a duas impecáveis nódoas negras com direito a ferida, uma em cada perna, e de bónus umas calças rasgadas :) . Ainda para mais tou com uma certa dor de estômago, que não sei bem se é azia ou o que é, mas que teima em persisitir.

Agora há que organizar as coisas e deixar tudo mais ou menos em ordem para quando regressar ver se estudo alguma coisa. Quanto mais não seja tenho que passar nos exames!

O avião parte amanhã. Vamos daqui para Milão e de lá para o Porto com chegada prevista para as 7h30 da tarde. Vamos directos para o Diu comer uma francesinha e depois oupa para o Feup Caffe rever a malta toda. Como dizia o caro amigo Reguila: "vai ser do malhão"!

12 dezembro 2007

Seguir para Budapeste

E depois de uma rica e animada festa de apresentação de Portugal a terminar às 5h da matina, mal houve tempo para regressar a casa, empacotar a tralha e seguir para Budapeste com o autocarro a partir às 6h30... Para uns não deu mesmo tempo. Ou melhor, para uma!

A viagem foi passada a dormir sem grandes sobressaltos a não ser nas fronteiras da Eslováquia e da Hungria onde lá vinham os chatos dos polícias pedir o passaporte.
Quando chegámos fomos direitos (não foi bem direitos já que ainda custou um bocado a dar com aquilo) para o hostel. Cumpriram-se as formalidade e atirámo-nos para as famosas termas de Budapeste. Depois de dois dias e uma noite bastante cansativos, nada melhor que ficar de molho três horas numa piscina exterior com água a 38 ºC...

No outro dia acordámos cedo e demos umas voltas valentes pela manhã. Muita coisa se viu... Para quem não sabe, Budapeste é atravessada pelo Danúbio e resulta da junção de três cidades: Pest na margem esquerda, Buda e Óbuda na margem direita. O centro da cidade localiza-se em Pest. É lá onde se encontram as principais praças, ruas, monumentos e termas. Foi isso que andámos a cheirar nesse dia. À tardinha fomos buscar a Bárbara que tinha perdido o autocarro e só chegava nesse dia. Ao fim do dia ainda deu tempo para dar umas voltas numa pista de gelo e dar umas boas gargalhadas.
Não me lembro onde jantámos mas provavelmente deve ter sido num Burguer King... A probabilidade de acertar deve rondar os 50%.
O texas começou no hostel e não tardou muito até sermos convidados a dormir pelo que fomos sair e conhecer o ambiente nocturno local. A coisa estava complicada mas acabou por correr tudo bem, ou pelo menos não correu muito mal, não foi Tiaguinho?

Depois de um despertar complicado fizemo-nos ao piso rumo a mais atracções Pestianas e de seguida atirámo-nos para Buda já que faltava conhecer o castelo e a cidadela. Aquilo é interessante, mas como o tempo não estava de feição, as vistas não eram muito famosas...
Ao fim do dia voltámos às termas já que a Bárbara ainda não tinha ido. Pela parte que me toca foi um grande sacrifício ter de regressar lá... Espero vir a ser recompensado por todas estas contrariedades :) .

O dia seguinte ainda permitiu outras voltas. Desta feita pelos duas margens do rio, arredores do Parlamento e afins... A manhã culminou com um agradável almoço num restaurante argentino onde serviam maravilhosos bifes. Que saudades...
O autocarro de regresso levou-nos até Bratislava onde fizemos uma escala de 4 horas. Mais uma vez Bratislava a funcionar como um importante centro de escalas a nível europeu. Aliás acho que as funções do aeroporto de Frankfurt deveriam ser delegadas no aeroporto de Bratislava :)
Apesar de chover deu para dar umas voltitas e jantar por lá.

Cheguei a casa eram exactamente 6 da manhã. Dormi um bocado para me recompor e atacar a aula das 11h. Desta vez consegui acordar...

E pronto. Cá estamos numa 4ª feira à tarde depois de saber que tenho mais um trabalho para apresentar... Vou-me por ao fresco e ver se consigo dar-lhe vazão antes do regresso à civilização que ocorrerá dia 20 do presente!


IMAGENS - de cima para baixo
  • termas Széchenyi
  • interior das termas
  • a maior sinagoga da Europa com a Rute e o Tiago
  • que rico solzinho nas trombas
  • Tiago aos pinxos
  • João no colinho
  • a malta toda com o Parlamento como wallpapper
  • interior da igreja na zona do castelo com o Bruno
  • interior dos labirintos
  • komrads
  • mais malta reunida
  • vista a partir do castelo com a ponte Széchenyi e a basílica de S. Estevão
  • e cá está a matilha toda que passo a apresentar da direita para a extrema direita: eu, Clarita, Tiago, João, Bárbara, Bruno, Pedro e Rute :)
  • interior da discoteca que teve a honra de nos receber
  • puf... que canseira...

















11 dezembro 2007

Portuguese Presentation

Na 4ª-feira passada, dia 5, teve lugar a chamada Portuguese Presentation. Para quem não está elucidado sobre o assunto, o International Students Club daqui da zona organiza todas as semanas uma festa onde alunos de três países diferentes apresentam os seus costumes, história, comida, fazem jogos tradicionais, etc, etc...



A nossa apresentação foi no mesmo dia da Rússia e da Finlândia pelo que foi bastante fácil bate-los em termos de culinária. Obviamente, sem tirar mérito nenhum às nossas cozinheiras, antes pelo contrário. Era só pessoal a cheirar à volta das mesas. Rabanadas, pasteis de nata e bolinhos de bacalhau acompanhados, está claro, de vinho do porto.


Aqui ficam quatro dos vídeos que passámos no ecrã gigante e algumas fotos:




















IMAGENS - de cima para baixo:

  • barraca dos tugas
  • o verdadeiro
  • compadres
  • intercâmbio Portugal - Rússia





10 dezembro 2007

Necessidade de regressar

Ora, depois de uma ausência prolongada por motivos de força maior... a pedido de várias famílias regresso à tecla para continuar a crónica desta odisseia! Já passou tanto tempo que é complicado lembrar alguns pormenores com maior precisão.


No primeiro fim-de-semana deste mês houve necessidade de regressar a Cracóvia. Já que quatro dos nossos compinxas não conheciam o local, sentimo-nos na obrigação de repetir o passeio... Espero que o sacrifício venha a ser recompensado num destes dias!


Para começar com o pé direito mal entrámos no comboio o Luís e o Cândido arrotaram 100 coroas cada um por estarem a fumar na plataforma da estação. Outra curiosidade era o facto do comboio que apanhámos tinha como destino final Moscovo. Por isso havia que trocar de comboio em Katowice para Cracóvia. O problema era que as carruagens sem camas só iam até à fronteira e depois tinha-se que mudar de carruagem. E como os nossos bilhetes não eram válidos nas camas não nos queriam deixar continuar. Andámos uns minutos na estação a tentar descobrir as horas dos próximos comboios mas sem sucesso. Isto numa estação no meio do nada cheia de neve às 4h da manhã... O verdadeiro texas! Insistimos com um dos picas russos (ninguém falava inglês) e mediante o pagamento da módica quantia de 12€ por bico deixou-nos seguir nas camas até Katowice para, aí sim, trocar de comboio para Cracóvia. Não foi bem fácil...


Depois de chegar-mos cumprimos as formalidades no hostel e mandámo-nos pá praça em direcção a Auschwitz. Uma viagem de quase duas horas num autocarro tipo STCP custou um bocado, sobretudo depois de uma noite em branco.

Como já lá tinha ido ia relembrando as coisas... Não me impressionou como na primeira vez mas de qualquer forma é sempre agressivo. Passámos umas horas muito calmos tirando o facto de nos pormos a atirar neve uns aos outros no meio do campo de concentração, o que talvez não tenha sido muito adequado.


Ao fim do dia deu para descansar um bocado e à noite houve uma festa no hostel para comemorar o último dia antes do advento. Como os polacos são muito religiosos levam à risca essas coisas. Por isso, até ao Natal esse era o dia em que se podia fazer cáca da grossa. E foi mais ao menos o que se passou. Sem me querer repetir, foi o texas total.


Entretanto, e depois de uma longa noite, houve necessidade de repor forças. Deram-se umas voltas pela cidade (afinal foi para isso que lá fomos :D). Igreja aqui, jardim ali, macdonald's acolá! Um bom resumo do dia. A noite foi um remake da anterior mas com qualidade inferior. Aliás, como normalmente se passa com os remakes...
"Esperei 10 minutos para me recompor e voltei à carga". Mais um resumo, mas desta vez para a noite.


No outro dia ainda acordámos antes de anoitecer para ir ao castelo e ber a bista. Comprei umas botifarras porreiras que já andava para comprar há uns tempos. Parámos num cafezito onde o Cândido tentou pagar em dólares mas sem sucesso. E ao bazar fomos brindados com fogo de artifício mesmo junto à estação de comboios. Despedida em grande!
A viagem de regresso foi feita de seguida mas chegámos mais mortos que vivos. E eu ia ter aula duas horas depois. Claro que foi para o tecto. O mesmo não se passou com o João que mal chegou a Strahov foi tomar banho e pos-se ao fresco para o CTU. Ah grande homem!

IMAGENS - de cima para baixo:

  • O trabalho liberta
  • Morreram que nem tordos... :(
  • Cara de macaco do Diogo
  • Pequeno-almoço ao chegar ao hostel depois de uma noite cansativa
  • Catedral no castelo
  • Bela foto
  • O Luís a sacar as catotas ao murcão
  • Javalis em grande
  • Fogo de despedida
  • Regresso no comboio











27 novembro 2007

Compinxas do Norte

Parecendo que não, um aluno de Erasmus também tem que estudar e trabalhar... de vez em quando. Foi um bocado isso que se passou a semana passada e ontem já que supostamente hoje teria um teste. Teste esse que acabou por ser adiado para a próxima semana devido a problemas técnicos...

Ora bem, tal estudo deveu-se ao facto da forçada ausência durante o fim-de-semana. Digamos que me vi obrigado a visitar os meus caros compinxas do Norte! E comigo uma aquisição de última hora que se juntou à caravana.
A viagem para lá foi cansativa já que saímos de casa muito cedo e chegámos a Gotemburgo muito tarde. O grande problema foram as 7 horas de espera em Bratislava. É claro que num aeroporto com meia dúzia de balcões de check-in e três ou quatro lojas seria impossível aguentar muito tempo sem dar em maluco. Houve, por tanto, tempo mais que suficiente para dar um salto à cidade e matar saudades.
Ao chegar ao aeroporto de Estocolmo (que é o mesmo que dizer que o aeroporto do Porto é de Coimbra) encontrámo-nos com o Frize e rumámos a Gotemburgo num carro alugado. E eu que me esqueci da carta de condução e o aluguer foi feito em meu nome. O senhor da Europcar foi porreiro e disse que não havia problema desde que houvesse condutores extra.
Fomos recebidos impecavelmente numa residência de luxo e à nossa espera estavam os anfitriões juntamente com o Salgueiro, o Ni e o irmão Nhecas! No dia seguinte passeámos valentemente... Estava um frio desgraçado que desconfio ser o responsável pelo estado debilitado em que me encontro neste preciso momento. Ao fim do dia descubri uma das melhores coisas que os suecos inventaram: chamam-no after work e tem lugar em vários pubs onde se paga uma entrada de 2€ e pode-se comer de tudo o que há as vezes que se quiser. Claro que as bebidas não são baratas (mas lá nada é barato). De qualquer forma fiquei muito bem impressionado. Foi encher o bandulho até não poder mais...
Ainda visitámos a universidade do Damião e do Viseu. Impecável! Não tem nada a ver com a nossa aqui de Praga em termos de tamanho (temos 22 000 alunos), mas é mais nova e mais agradável.
Também nos foi dada a oportunidade única de participar numa festa da residência deles. Um conceito de festa assim um bocado para o esquisito, mas com os preços praticados pelas discotecas há que improvisar... Aquilo começava na cozinha do último andar e ia percorrendo todas as cozinhas até ao primeiro andar. Não sei se fizeram alguma votação para eleger a melhor cozinha... =)
Domingo às 8h da manhã já estávamos a arrancar para o aeroporto. A viagem fez-se bem apesar de termos apanhado bastante neve pelo caminho.
O Ni, o Nhecas e o Salgueiro seguiram para Eindhoven e eu e o Saleiro regressámos para Bratislava e depois Praga.
Ficou a faltar Estocolmo mas há-de haver mais oportunidades...





IMAGENS - de cima para baixo:
  • a tripulação excepto eu que tirei a foto =)
  • Götaplatsen
  • Pinto da Costa em cima da águia do Benfica
  • mistura entre matrecos e suboteo mas de hóquei no gelo
  • o ambiente num pub no referido after work
  • a chamada festa da cozinha com o Damião ali estampado








21 novembro 2007

Bohemia ocidental

Depois de frustrada a tentativa de ir a Budapeste, já que os autocarros estavam todos cheios e o comboio é consideravelmente caro, equacionaram-se outros sítios para visitar! Nada melhor que pegar num mapa, ir à internet e percorrer as companhias de low-cost até encontrar alguma coisa à altura! O problema é que o facto de estarmos em cima da hora não ajudou. Por isso pegámos no mapa da República Checa e decidimos ficar por cá (afinal estou neste país e pouco conheço a não ser Praga). Duas cidades que ficassem na mesma zona seria uma boa opção, por isso o destino escolhido foi a Bohemia ocidental de modo a cobrir Plzen e Karlovy Vary.




Seria suposto sair na 6ª-feira de manhã com o Luis e o Cândido mas acabámos por ir todos à tarde com a Bárbara, o Tiago e o Pedro! O sono não perdoa... Chegámos a Plzen já era noite e como não havia marcação de nenhum sítio para pernoitar, a prioridade foi arranjar alguém que nos desse guarida! Andámos de porta em porta a ver se havia camas para cinco gandulos e uma gandula. Corremos os subúrbios da cidade durante mais de duas horas, para trás e para a frente até que decidimos mandarmo-nos pá praça, que é como quem diz, ir para o centro e procurar lá alguma coisa mais cara. Conseguimos um quarto com seis camas que ficou a 14€ por bico. Dadas as condições, até não foi mau!


Depois de encher o bandulho há que encontrar algum sítio minimamente decente para beber umas cervejinhas e interagir com a comunidade local! Tarefa que se revelou complicada já que após duas tentativas falhadas estávamos à beira de desistir. Foi aí que interceptámos um grupo de portuguesas que moram por lá. Já sabia de ante-mão que existiam muitos portugueses a estudar medicina por ali mas no meio de 150 mil pessoas (habitantes de Plzen) pode-se dizer que foi um achado. Ora, a partir daqui a coisa endireitou-se. Fomos com elas a um pub minimamente decente e a uma espécie de bar que não percebi muito bem se era mesmo uma discoteca. Mas mariquices à parte, foi bonito de se ver =).


No outro dia de manhã, outra vez neve! Infelizmente isto de nevar está a tornar-se completamente banal... antes neve que chuva mas assim deixa de ter tanta piada! E como o hostel não tinha pequeno almoço e tínhamos sido convidados para ir tomar o pequeno almoço a casa de duas das nossas novas amigas, foi só arranjar a trouxa e fazermo-nos ao caminho! Belo pequeno almoço... Sem dúvida o melhor que já tomei desde que por aqui estou. O resto do dia foi passado a passear com uma visita à fábrica de cerveja mais famosa da República Checa: Pilsner Urquell.


O planeado seria partir para Karlovy Vary e dormir lá, mas após um convite para um jantar bem regado com direito a dois pratos e várias sobremesas, foi decidido por unanimidade adiar a viagem. Mais uma vez fomos sondar a noite de Plzen, noite que parece não ter acabado muito bem! Digamos que os checos, para além de cheirarem mal, são bastante selvagens no que toca a porrada com copos a mais... Mas nada connosco por isso, siga! É atar e por ao fumeiro. Ora, o comboio saiu às 8h e chegámos a Karlovy Vary com duas horas de sono deixadas na viagem...


Quilómetros para a frente e para trás, subir, descer, comer pelo caminho, centenas de fotografias, peidos e piadas que só fazem sentido depois de uma noite na discoteca sem dormir... Penso ser esta a melhor maneira de resumir o dia. Chegámos a Praga seriam umas 8h da noite e puxa barbeiro para a caminha. Que maravilha...


No outro dia soube que tinha dois relatórios para entregar e que só tinha três dias para os fazer. Dois já passaram e a coisa ainda só vai a meio... Podia ser pior! Outro fenómeno que se tem vindo a desenrolar é a requisição desmedida dos meus serviços como barbeiro! Já vão três na minha conta e a coisa tende a alastrar-se... Talvez abra por aqui um negócio tipo: "Cabeleireiro mas só com máquina". Porreiro!


E por agora é tudo já que amanhã de madrugada há que acordar cedo para apanhar o voo para a Suécia. Eu e o Saleiro vamos a Gotemburgo visitar os caros amigos Viseu e Damião aos quais se juntarão o Frize, o Ni e o Salgueiro. Tanto bacalhau junto... vamos lá ver no que isto vai dar.


IMAGENS - de cima para baixo:



  • entrada da fábrica de cervejas

  • prova final

  • sinagoga de Plzen, a 3ª maior do mundo

  • a malta toda com as nossas guias impecáveis =) (menos o Pedro que tirou a foto)

  • catedral de Plzen

  • já em Karlovy Vary no cimo do monte

  • uma das ruas principais

  • igreja anglicana

  • igreja ortodoxo (ficavam as duas coladas)

  • foto estúpida mesmo à turista















15 novembro 2007

Algumas conclusões

E depois de quase dois meses em Praga chega a altura de reflectir acerca do país, da cidade e das pessoas.
Provavelmente repetir-me-ei em algumas coisas mas também não tenho pachorra para estar a ler o blog todo do princípio ao fim, por isso peço desculpas pelo incómodo.


A bem dizer da verdade talvez seja um bocado difícil ou mesmo precipitado tirar algumas conclusões acerca do país em si! Digo isto porque apenas conheço Praga, Brno, Teplice e Krupka (estas duas são pequenas cidades no Norte). De qualquer forma posso afirmar com toda a certeza algumas coisas que qualquer pessoa pode saber sem nunca ter vindo cá. Faz um frio do caraças, a população ronda os 10,5 milhões e a área é de cerca de 80 mil km2 equivalente a Portugal sem o Algarve. Ora, aqui para estar frio não significa que a altitude seja necessariamente elevada. Praga está a 250 m e em Novembro já só há temperaturas a baixo de zero. A maior montanha tem 1600 m de altitude. Não sei qual é o nome mas sei que as pessoas referem-se a ela como montanha gigante! Há-de ser qualquer coisa do tipo gigante mas em checo…


O país é composto por três regiões: Boémia, Morávia e Silésia. Esta última é consideravelmente mais pequena em relação às outras duas. Como já disse a segunda cidade é Brno (capital da Morávia) e tem cerca de 400 mil habitantes. Ostrava (capital da Silésia) é a terceira com 300 mil e quanto a Praga, rondam os 1,2 milhões. É, portanto, uma capital pequena.


Relativamente a Praga, a primeira coisa que me marcou foi o excelente serviço de transportes públicos. Apesar de o metro ser relativamente pequeno e só ter três linhas, está muito bem integrado com os eléctricos e autocarros. É um facto que todas as grandes cidades de antigos países comunistas padecem desta vantagem… mas Praga é verdadeiramente surpreendente. Outra curiosidade é a elevada percentagem de carros Skoda que se vê. Arrisco-me a dizer que 50% são dessa marca. É uma curiosidade mas é natural e benéfico que assim seja. Quanto à segurança, até hoje não senti qualquer tipo de perigo em nenhum lado. Não sei se tem sido sorte mas esta é a verdade. Também não se vê assim muitos polícias na rua…


A Praga turística é uma cidade acolhedora e pitoresca. Com muitos pormenores arquitectónicos, muitos monumentos, igrejas e museus… Outra grande atracção da cidade são os cabarets. É absurda a quantidade de cabarets que existem por aqui. E a coisa mais natural é andar na rua a partir do fim da tarde e pessoas virem perguntar se está interessado numa free-tour (isto é, dar uma volta de 2 ou 3 minutos pelo interior do cabaret para ver o ambiente). Normalmente as pessoas que abordam são de raça preta. Não sei porquê mas é um facto.


Não existem muitos pretos por aqui. O que mais se vê de raças diferentes são orientais. Muitos deles já perfeitamente integrados: falam checo, têm nacionalidade checa e alguns misturam-se com os nativos e procriam!


Quanto ao típico nativo, o melhor será dividir por sexo. A mulher checa típica mede entre 1,70 e 1,80. Por vezes mais mas poucas vezes menos. São relativamente magras. Praticamente não existem obesas. Têm cabelo normalmente castanho claro ou louro e olhos também castanhos claros ou azuis. As feições são suaves e têm um nariz um bocado empinado. A anca é pouco larga e as pernas delgadas. O peito é na maioria das vezes pequeno. Calçam números grandes (de 38/39 para cima!). Têm mãos elegantes com dedos compridos, por vezes de mais. A maioria não se produz nem se veste muito bem. São mais desenrascadas e mais independentes que a típica portuguesa. Os homens são altos. Muito raramente abaixo de 1,75 sendo o mais comum entre 1,80 e 1,90 ou mais… Também não são gordos e são robustos. O cabelo e os olhos são iguais aos das mulheres. Muitos usam cabelo comprido. Têm uma pata exageradamente grande com uma média a rondar os 44/45! (No outro dia fui tentar comprar umas botas e não fabricam números abaixo do 41!) Têm um bocado ar de azeiteiros já que se vestem um bocado mal. A maioria parece-me que é tímida e um bocado rude. Não tomam banho e por isso cheiram mal!
Agora de uma maneira geral, o checo é uma pessoa muito liberal, começa desde ceda a criar a sua própria independência. É normal e muito comum (na maioria das vezes) estudantes universitários trabalharem. Fazem muito desporto e parecem-me ser minimamente cultos. Não são muito simpáticos e muito poucos adultos falam inglês. Quanto a religiões, 50% são ateus e os outros 50% são praticamente todos católicos. É o país com mais ateus na Europa. A liberalização do aborto existe desde 1956.


Chega de reflexões e curiosidades por hoje! Quando tiver com paciência volto.



Logótipos das duas marcas checas mais conhecidas internacionalmente: Škoda (automóveis) e Bat'a (calçado).


13 novembro 2007

Duas de uma vez

Na passada semana não houve nada de especial. Ficámos por cá durante o fim-de-semana e como o primo do Saleiro veio cá, ele andou muito ocupado com o difícil trabalho de guia turístico.

Ouve jogo da liga dos campeões por isso fomos ao bar habitual ver os jogos. Aqui à beira de "casa" jogou o Slavia contra o Arsenal. Depois do 7-0 da jornada anterior, um empate a zero não foi nada mau... Mas regressando ao outro bar, apesar de custosa, a vitória não fugiu ao FCP. Quanto ao Benfica já não se pode dizer o mesmo. Estavam lá uns escoceses do Celtic que faziam um basqueiro bestial! Fartavam-se de mandar vir e no fim do jogo cumprimentaram os tristes dos benfiquistas que por lá andavam. Aqui deixo um brinde aos escoceses!

No fim-de-semana fomos passear... Aproveitámos a proximidade e fizemos duas de uma vez: primeiro Bratislava e depois Viena.
Apanhámos um voo para Bratislava que ficou bestialmente barato (12€) na 6ª-feira de manhã. Chegámos lá por volta das 10h e ainda andámos às voltas à procura do hostel. Quando o encontrámos, subimos e eu entreguei o voucher da reserva. A rapariga da recepção disse-me que a minha reserva era de outro hostel! Fiquei um bocado mal mas nada que não se resolvesse. Era só atravessar a rua e já lá estávamos. Não era mau mas também não era barato e não tinha pequeno-almoço.
Fomos dar uns passeios valentes pela cidade e numa tarde vimos o centro histórico todo. O centro da cidade é muito pequeno. Nem diria que é uma capital. Têm uma catedral um bocado manhosa e um castelo que não deve ter muito mais que 100 anos! Pelo que li parece que era em Bratislava que eram coroados os reis do Império Austro-Húngaro. Deve ser verdade já que se via muitas vezes escrito: "Bratislava: the coronation city".
Voltámos para o hostel para dormir uma sonecazita. Já dormíamos cerca de uma hora e entraram no quarto uns trengos duns castelhanos que não se calavam! Aquilo era tudo deles. Put* que os p*riu... Ainda por cima no dia seguinte roubaram o cachecol e o gorro do Saleiro.
À noite fomos jantar a um pub típico muito porreiro. Com comida típica e decoração manhosa... Conhecemos uns eslovacos já um bocado tocados que nos pagaram uma bebida tipicamente eslovaca. É uma espécie de aguardente mas de pêra. Até arranhou... Fomos com eles para uma discoteca que outrora tinha sido usada como abrigo anti-nuclear na altura da guerra fria. Ainda hoje parte do abrigo é usado pelo exército eslovaco. Tinha uma porta com meio metro de espessura e uns corredores manhosos muito baixos. Mas era muito porreira. E tinha uma frequência muito boa... Segue-se para a crónica dos dias seguintes já que o resto foi censurado.
No dia seguinte tiveram que nos expulsar da pousada já que saímos quase duas horas depois da hora de check-out!
Apanhámos o comboio para Viena que demorou uma horita. Fomos para o hostel e seguimos para o centro da cidade. Estava um frio do carai... Fomos jantar com mais três portugueses que também tinham ido para lá no fim-de-semana: a Clara, a Joana e o João.
Demos mais umas voltinhas e fomos dormir que Viena não é Bratislava ou Praga onde ainda se pode sair à noite!
No outro dia estava a nevar a potes! Mais uns passeios valentes. Visitámos o Schloss Schönbrunne e demos muitas voltas pelo caminho. Continuámos para o Ring que é uma espécia de circunvalação e dá a volta ao centro da cidade e vimos muita monumentada... O João, a Joana e a Clara regressaram para Praga ao fim da tarde. Por essa hora já não havia quase neve nenhuma. À noite fomos ver um concerto de música clássica. Era uma espécie de rapsódia que misturava os andamentos mais famosos da música clássica com alguns excertos de ópera e ballet clássico.
No dia seguinte também não nevou e por isso pudemos ter uma ideia diferente da cidade. Para visitar é muito melhor com bom tempo!
Mais umas voltas pela cidade e à tarde tínhamos avião para Praga. Chegámos aqui e ainda estava mais frio! A aterragem não foi bem fácil. Havia muito vento e o avião tremia por todos os lados. "Trava c*r*lho, trava c*r*lho!" - dizia o Saleiro.

No dia seguinte, ou seja, hoje, tive um teste. Devia ter sido feito ontem mas disse ao professor que não ia estar cá na 2ª-feira e ele disse que não havia problema e que viesse na 3ª! Porreiro! Até nem correu mal...



IMAGENS - de cima para baixo:
  • rua em Bratislava
  • praça no centro
  • a famosa ponte
  • túnel na discoteca anti-nuclear
  • já em Viena: verdadeiro jantar tuga; só foi pena ser num restaurante italiano...
  • neve a potes
  • jardins do Schönbrunn
  • ainda nos jardins com o zoo atrás
  • Karlskirche ou Igreja de S. Carlos
  • palácio Belvedere
  • mais do mesmo
  • estátua do Mozart
  • Reichsratsgebäude ou simplesmente parlamento
  • Rathaus ou câmara municipal